Aníbal Marcos era um próspero contador ou guarda – livros como se dizia na época. Viúvo , andava com gravata preta e uma tarja preta na lapela , enlutado pela morte trágica de sua esposa Alda Beatriz, assassinada ao apartar uma briga entre sua cunhada e seu irmão , que traído , deu vários tiros na esposa , matando-a e também matou sua irmã, sem o querer.
O problema é que Aníbal é quem deu a notícia ao seu cunhado da traição e encheu sua cabeça para lavar com sangue sua honra. Aníbal tinha um caso amoroso com uma escriturária de sua firma , a bela Esmeralda Ana, com apenas dezesseis anos. Vivia às turras com sua esposa e poucos meses após o falecimento da Alda , marcou casamento com a sua funcionária . A mente popular ferveu e levantaram-se as mais diversas hipóteses.
O caso teve uma enorme repercussão, porém no dia marcado lá estava Esmeralda com um belo vestido de noiva sentada no carro que seu pai havia ganhado do Aníbal, quando entrou na igreja lotada, uma vaia estrepitosa explodiu na igreja que cobriu os acordes da Marcha Nupcial. Foi uma vaia de quase três minutos, interrompida apenas após insistentes pedidos do celebrante . O murmúrio foi durante quase toda a cerimonia.
Nada foi averiguado , o cunhado de Aníbal foi solto , pois a defesa disse que ele matou a esposa em legítima defesa da honra e a irmã foi sem intenção. Ah ia esquecendo o ótimo advogado de defesa do cunhado do contador foi pago pelo Aníbal.
Enfim , nada mais se averiguou , os personagens todos já morreram e essa é mais uma história do Pari.
Jayme Antonio Ramos