HISTÓRIAS DO PARI – CAP. 20

Aníbal Marcos era um próspero contador ou guarda – livros como se dizia na época. Viúvo , andava com gravata preta e uma tarja preta na lapela , enlutado pela morte trágica  de sua esposa Alda Beatriz, assassinada ao apartar uma briga entre sua cunhada e seu irmão , que traído , deu vários tiros na esposa , matando-a  e também matou sua irmã, sem o querer.

O problema é que Aníbal é quem deu a notícia ao seu cunhado   da traição e encheu sua cabeça para lavar com sangue sua honra.  Aníbal tinha um caso amoroso com uma escriturária de sua firma , a bela Esmeralda Ana, com apenas dezesseis anos. Vivia às turras com sua esposa e poucos meses após o falecimento da Alda , marcou casamento com a sua funcionária . A mente popular ferveu e levantaram-se as mais diversas  hipóteses.

O caso teve uma enorme repercussão, porém  no dia marcado lá estava Esmeralda com um belo vestido de noiva sentada no carro que seu pai havia ganhado do Aníbal, quando entrou na igreja lotada, uma vaia estrepitosa explodiu na igreja que cobriu os acordes da Marcha Nupcial. Foi uma vaia de quase três minutos, interrompida apenas após insistentes pedidos do celebrante . O murmúrio foi durante quase toda a cerimonia.

Nada foi averiguado , o cunhado de Aníbal foi solto , pois a defesa disse que ele matou a esposa em legítima defesa da honra e a irmã foi sem intenção. Ah ia esquecendo o ótimo advogado de defesa do cunhado do contador foi pago pelo Aníbal.

Enfim , nada mais se averiguou , os personagens todos já morreram e essa é mais uma história do Pari.

Jayme Antonio Ramos

 

OS CAMPEÕES DE 50 SE CONCENTRARAM NO CANINDÉ

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Duas fotos extraídas do livro “Pari , pequeno bairro, grande história” de autoria do Prof. José de Almeida Amaral Junior , onde vemos jogadores uruguaios que estiveram concentrados e também treinaram no campo do S. Paulo F. C. na época da Copa de 50 , no Canindé , onde hoje se localiza o estádio da Portuguesa.  O da foto superior é o goleiro campeão Máspoli com uma camisa de treino do São Paulo.

Já relatei aqui no blog , as histórias que os antigos narravam sobre a presença de vários craques da Celeste Olímpica passeando pelo bairro, uns só paquerando , outros  amigavelmente tocando violão e bebendo bagaceira nos bares da Padre Vieira , brincando com os fregueses e falando e batendo no braço que tinham gana , tinham raça e iriam ganhar o título.

Como os tempos eram diferentes tudo era levado na brincadeira , com os torcedores brasileiros que estavam nos citados bares , tirando sarro e falando que o Brasil iria vencer fácil, nada de ofensas , nem agressões.

HISTÓRIAS DO PARI – CAP. 19

Lá vamos nós , com mais um caso escabroso .

América Lídia ficou grávida do Júlio Nestor, o pai dela , sr. Armindo Péricles disse em alto e bom tom ao rapaz, a frase célebre “ou casa ou morre !” .

Claro que o Júlio casou . Como quase ninguém possuía carro, alugava-se táxi para os eventos e os motoristas enfeitavam os seus carros conforme a ocasião. Casamento o automóvel ia com uns galardões, etc. Pois bem , uma pequena multidão se formou na calçada defronte a casa da América, para ver o tamanho da barriga, já com gravidez adiantada e na hora do parto surgiram dois garotos. Já dentro do carro , as pessoas até se empurravam para ver a barriga da América agora já vestida de noiva. Acreditem se quiser mas os tempos eram de grande obscurantismo.

Jayme Antonio Ramos

O CHICO VIOLA MORREU

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Hoje 27 de setembro é Dia de São Cosme e São Damião segundo a tradição popular. Dia de alegria, muitas pessoas distribuem pelo Brasil afora doces às crianças , especialmente aos gêmeos que era o caso dos dois santos.

Porém nesse dia no ano de 1952, o Brasil chorou , falecia um ídolo de várias gerações de brasileiros, um verdadeiro Rei, o Rei da voz, Chico Alves.

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Jayme Antonio Ramos

 

HISTÓRIAS DO PARI – CAP. 18

HISTÓRIAS ESCABROSAS

Sempre que se fala em tempos de outrora, fala-se do lado bom das coisas , mas sabemos que a situação não era bem essa.

O comportamento das pessoas tinha muito de solidariedade, amizade, mas tinha o lado da cobrança de comportamento até com um certo exagero. Muitas vezes o modo de agir chegava às raias do ranço, por que não dizer da ignorância.

Claro que esse comportamento não era a regra geral, mas que havia, havia.

Vou contar algumas  pequenas histórias que aconteceram, porém mudarei o nome dos protagonistas e até de situações, para não haver desrespeito à memória dos participantes do fato e aos descendentes.

Gina Rúbia era noiva de Heleno Arthur , se amavam e estavam com casamento marcado.

Nesse meio tempo Gina ficou grávida e com medo da repercussão do fato , foi usando cintas , espartilhos e tudo o mais. Porém , chegou um momento, que não dava mais para esconder e contou para os parentes dela e do noivo. Uns brigaram, outros se resignaram, outros exultaram de alegria, com uma exceção , a mãe de Heleno , dona Mafalda Ricarda, a moralista da rua. Dona Mafalda ficava atrás da cortina, no escuro olhando os namoros das vizinhas e no dia seguintes saía por aí comentando e aumentando.

Dona Mafalda, não se conformou com a idéia de sua nora casar grávida, “onde já se viu , que vergonha, logo na minha família !” bradava a plenos pulmões.

Uma tarde , Gina foi à casa da futura sogra, para traçar alguns planos para o casamento já marcado para dali uns dois meses.

Dona Mafalda marcou com uma parteira, aquelas chamadas de fabricante de anjinhos e

à força , amarraram-na e fizeram o aborto  com adiantados seis meses de gravidez.

Claro que morreram mãe e filho, a parteira fugiu , veio a polícia para averiguar, a Mafalda disse que não sabia de nada, a Gina que havia marcado o parto, na casa dela por medo da própria família, foi aquela confusão.

Vejam onde entra a ignorância popular o que prova que esse ditado a voz do povo é a voz de Deus e mais um daqueles que não tem fundamento, não ponham Deus no meio.

O velório na casa de Gina atraiu uma verdadeira multidão, ela possuía muitos amigos , as famílias eram grandes, mas a maior parte das pessoas que estavam no enterro, pasmem, estava para ver se ela estava vestida de noiva. Uma multidão se acotovelava à porta da casa da família da falecida, para ver se fulano chorava ou não , para saber  notícias da megera, ou da parteira.

Parafraseando a música, os dias eram assim.

Jayme Antonio Ramos

NOVA TENTATIVA PARA ALTERAR NOME DA RUA DAS OLARIAS

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Recebi essa notícia do amigo pariense Everton Calício.  Nada contra o nome do Coronel Camillo, eu o conheci, ótima pessoa. Assim como conheci seu pai sr. Martins , um senhor muito correto , muito simpático. Assim como conheci sua mãe Dona Catarina, uma pessoa muito bondosa e que sempre me tratou com muito carinho, desde a minha infância e por quem sempre nutri um profundo respeito.

Infelizmente não tive o prazer de conhecer o sr. Vereador pessoalmente, acompanho os noticiários e mesmo antes de ser eleito e continua a ter um trabalho forte como representante do povo. Não tenho certeza , mas me parece que quando jovem participou da Juventude Janista, infelizmente o Prof. Janio teve uma atuação desastrada como Prefeito, onde não fosse a pressão das populações ribeirinhas , teria arrasado inclusive o Pari , com um projeto megalomaníaco.  Mas atualmente pelo que acompanho, o Vereador tem tido uma ótima atuação, sempre lutando  em prol da nossa querida São Paulo

Quanto a este Projeto aprovado pelos edís, e que será levado ao Sr. Prefeito para sanção e espero que não seja , assim como muitos parienses e canindeenses , não é inédito é a terceira vez que tal fato acontece , sendo que nas outras vezes houve uma rejeição por parte dos moradores e comerciantes.

Realmente à família Christopharo deve-se em grande parte o princípio , uma alavanca no progresso do Pari. Tal fato é reconhecido pelo bairro e o nome do avô do vereador Camillo Cristófaro, sr. Camillo João Cristópharo é dado a uma artéria do bairro que liga a Godoy Preto à Cachoeira.  Mas tudo bem , que se dê o nome do Coronel Camillo a uma via no bairro, temos outras que poderíamos mudar o nome por inteiro.

Temos nomes de pessoas desconhecidas dados a ruas e praças no bairro e pasmem uma das principais avenidas do Pari é a Carlos de Campos , antigo Presidente do Estado, era esse o título que se dava aos governadores na República Velha, que na Revolução de 1924, após deposto fugiu da capital paulista e foi à capital do país, na época o Rio de Janeiro , buscar tropas que bombardearam terrivelmente a nossa cidade, causando muitas mortes e provocando uma fuga em massa de paulistanos. Um dos bairros mais bombardeados foi o nosso .

Eu lanço a idéia , que não se acrescente um nome a um outro já existente e sim que se dê ao saudoso Coronel Camillo Cristófaro Martins a atual Carlos de Campos.

Pessoal a decisão está nas mãos do nosso Prefeito Dória, que inclusive recebeu uma votação enorme no nosso bairro. Acima temos o telefone do Gabinete do Dr. João Dória Júnior, vamos fazer essa reivindicação , ou seja Olarias Sempre !

Jayme Antonio Ramos