AS RUAS DO BAIRRO

RUA PASTEUR

Jayme Antonio Ramos.

Hoje vou falar da rua Pasteur, no Canindé. Ela liga a rua Canindé à avenida do Estado e nela se situa a E.E.P.S.G. Orestes Guimarães.

Homenagem ao grande Louis Pasteur de quem falaremos a seguir, em matéria extraída da Wikipedia.

 

Louis Pasteur ( 27 dezembro de 1822 – 28 de setembro de 1895) foi um francês químico e microbiologista que foi um dos mais importantes fundadores da microbiologia médica . Ele é lembrado por seus avanços notáveis nas causas e prevenções de doenças. Suas descobertas reduziram a mortalidade de febre puerperal , e ele criou as primeiras vacinas para raiva e antraz . Seus experimentos apoiou a teoria do germe da doença . Ele era mais conhecido do público em geral por inventar um método para parar de leite e vinho causem doenças, um processo que veio a ser chamado pasteurização . Ele é considerado um dos três principais fundadores da microbiologia , juntamente com Ferdinand Cohn e Robert Koch .

Pasteur também fez muitas descobertas no campo da química, principalmente a base molecular para a assimetria de certos cristais .  Seu corpo jaz sob o Instituto Pasteurem Paris em uma espetacular abóbada coberta de representações de suas realizações em mosaicos bizantinos . 

FUTEBOL NO BAIRRO

Mais um time que também fez muito sucesso, apesar de sua vida curta.

Falo do Brasinha F. S. do Canindé, uma forte equipe em que jogavam Reinaldo Peru, Ariovaldo Gordinho, Zé Salomão e outros , que anos mais tarde jogaram em outras equipes do bairro, não sem grande brilhantismo.

O nome  Brasinha é originário de um personagem de histórias em quadrinhos de muito sucesso no início da década de 60 e era um diabinho com uma roupagem mais simpática e infantil.

PARIENSES BONS DE BOLA

saui-no-jabuca

DA CASEMIRO PARA O PROFISSIONALISMO

Jayme Antonio Ramos

Hoje o nome lembrado é o do atleta Sauí, que jogava no Casemiro de Abreu F. C., do Corinthinha do Braz ( time em que só jogavam corinthianos e que moravam na Casemiro ) .

Sauí, habilidoso, jogava tanto na meia – direita , como na ponta direita, craque mas  que infelizmente não teve oportunidades em equipes ditas grandes no futebol, graças a suas várias contusões, pois era caçado em campo e na época as condições de  recuperar e fortalecer um atleta não eram das melhores.

Sauí teve o auge de sua carreira no Jabaquara A. C. de Santos , o famoso Leão do Macuco, hoje na Quarta Divisão do Paulista  , porém na época estava na Primeira.

O Jabuca , como era chamado , tinha um time forte, batia no Santos com Pelé & Cia.e fazia partidas memoráveis com as demais equipes grandes do futebol paulista. Do ex- Hespanha A. C., saíram vários craques , como o que está na foto ao lado do Sauí, o Marcos ,excelente atacante que jogou no Corinthians e na seleção brasileira. Que foram para o Corinthians e também para a seleção nacional tivemos os grandes Baltazar e Gilmar ,o goleiro.

Portanto ao Sauí , pariense famoso ,o nosso grande abraço e

Saudações Parienses !

MAIS HISTÓRIAS DO PARI

O  DON JUAN DO PARIAinda muito criança, já o via, calmo, bonachão, largas e lentas passadas, indo ao trabalho. Trabalhava num grande banco na cidade , como chamávamos o centro , há muitos anos, assíduo, pontual,

“seu”  Albano Luiz a todos cumprimentava com toda a educação.

Porém sr. Albano tinha um outro lado , que os adultos escondiam de nós, crianças e que só fiquei sabendo quando passei a participar das conversas de “gente grande”.

O sr. Albano assediava a todas empregadas que trabalhavam na sua casa, umas com e outras sem sucesso e pasmem na presença de sua esposa , a vetusta ,como ele , dona Rita dos Anjos. Dona Rita , sempre com problemas de reumatismo e Albano, embora mais idoso que ela , muito forte.

Próximo a eles morava o seu filho Inácio Manuel com a esposa da. Ismênia dos Prazeres, não tinham filhos. O outro filho , solteirão , morava no Rio de Janeiro, para onde fora transferido num alto cargo do Governo Federal, era o Augusto.

Dona Ismênia , proclamava aos quatro ventos  que a dezena de propriedades que os sogros tinham , um dia seriam suas, porque os dois já eram muito velhos, segundo ela.

Pois bem, eu lembro muito bem dela , a nós crianças vizinhas tratava com todo carinho , ao contrário do marido e dos sogros que ela tratava rispidamente.

Foi um dos primeiros choques que eu tive na vida, nos meus dez anos, dona Ismênia foi acometida por uma doença misteriosa e grave  na primeira quinta-feira da Quaresma de 1959, o seu quadro foi agravando e a mesma faleceu no Sábado de Aleluia.

Como faleceu em casa e de lá saiu o enterro, nós garotos curiosos fomos ver a vizinha . A vizinhança em peso no velório, dona Rita contemplava a nora e falava com um forte sotaque transmontano:” Ai que linda está ” e chorava.

O sr. Albano muito sutil, como por exemplo um elefante , falava à sua esposa ” Cala-te ó mulher ! deixa-te  de lamúrias   e pediu desculpas aos vizinhos, deixando a célebre pérola que os mesmos de então nunca mais esqueceram: “Perdão, ela trouxe esse hábito da aldeia dela, lá só se lamuriam”.

Houve quem se retirou  para rir  fora da casa.

Uma outra situação que eu lembro do sr. Albano Luiz, foi do aparecimento de uma senhora recém casada com um rapaz da rua e de muitas posses, a Vilma da Conceição. Como sempre se viam pois eram vizinhos, passaram a se cumprimentar e o sr. Albano puxando papo. Passados alguns dias , sr. Albano manteve a sua fama de mau, como dizia Erasmo Carlos e a convidou a trabalhar em sua casa e  finalizou que ele era um patrão bonzinho, que o que se falava a respeito dele era invenção do povo. Vilma que o que tinha de bela, tinha de rápida nas respostas, muitas vezes chegando às raias do histerismo, não deixou por menos e respondeu com vários impropérios .

Esses personagens povoaram a minha infância e até hoje , ficam como estivessem bailando na minha mente, fazendo parte de sonhos , alguns dos mais esdrúxulos, mas foram pessoas que trouxeram uma certa liga, no relacionamento entre os vizinhos, uma amizade sincera na maior parte dos casos e vida alegre e feliz no bairro.

Podia se sentar à porta nas noites de verão, enquanto as crianças brincavam na rua, os homens batiam papo nos bares ou jogavam sueca no armazém do meu pai ou na sapataria do Atílio.

Os jovens reunidos na banca do Alfredo ou no bar Pif-Paf, onde comentavam sobre os brotinhos , sobre bailes , sobre futebol ou sobre os últimos sucessos  musicais.

Velhos tempos , belos dias , como diz o Robertão.

Jayme Antonio Ramos

AS RUAS DO BAIRRO

RUA COMENDADOR NESTOR PEREIRA  – (ANTIGA RUA DA PISCINA )

Jayme Antonio Ramos

Hoje vou falar de uma rua muito antiga situada no Canindé, a rua Com. Nestor Pereira, antiga rua da Piscina.

No passado um bom trecho, foi pasto de gado bovino e mais tarde a família Mello  que era proprietária de gado ou de vacaria como se dizia na época, teve vários caminhões de entrega de laticínios. O clube que deu origem ao Estrela,  chamava-se União dos Vaqueiros e anos mais tarde, foi fundada uma cooperativa com o nome de União , origem do Leite União, com um grande prédio na Rio Bonito , hoje desativado e à espera de alguma solução por quem de direito.

O nome de rua da Piscina, segundo dizem é que chamavam de piscina algumas lagoas que haviam naquela região e em especial uma que ficava embaixo do pontilhão por onde passava o trenzinho da Cantareira.

Na rua Com. Nestor Pereira encontramos o estádio do Estrela do Pari F. C. , um dos campos mais antigos em atividade da cidade de São Paulo, o estádio da Portuguesa Dr. Oswaldo Teixeira Duarte , alguns albergues, centro de vivência , casas de acolhida e a comunidade chamada Vila de Santo Antonio.

O nome Com. Nestor Pereira é de um líder da comunidade portuguesa, homem muito querido, que faleceu com mais de cem anos.

Para refrescar a memória das pessoas lembro que ele aparecia numa propaganda do Centro Transmontano , sentado num sofá  , sorridente, ao lado de uma senhora e olhando para uma criança a brincar.

Muito simpático , quando indagado ao verem seu estado saudável, apesar de sua  idade avançada, até quantos anos ele iria viver ,

respondia irônico, que morreria com 110 anos assassinado por um marido traído por ele.

Faleceu com menos idade , por problemas cardio-vasculares, mas deixou uma obra de benemerência muito grande, daí o seu título de Comendador .

Fachada do Salão de Festas do Estrela , O Tigre do Canindé.